Sobre a pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado
"Porque o tempo é tão implacável, roubando-nos as oportunidades quando não somos suficientemente rápidos para
agarrá-las imediatamente?"
Refletindo sobre este questionamento da atriz Liv Hulmann, que recebi em um e-mail, lembrei-me de um provérbio que diz que
"Há quatro coisas que não voltam atrás: a pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado."
E penso como é triste e desgastante não conseguir-se compatibilidade de pensamentos e ações, enfim o entendimento
aberto, leal e honesto, sempre, em nossas relações pessoais.
São muitas as ocasiões perdidas, que acontecem durante a nossa vida, de abrir-se o coração e e deixar jorrar as ansiedades,
carências, e também todo o amor e vontade de acertar, com receio que façam uma leitura diversa do que seriam nossas intenções e proposições verdadeiras.
Talvez haja uma grande confusão entre amor, (mola propulsora de tudo) e egoísmo ( necessidade de ter, "possuir) que vai preenchendo os espaços sombrios do inconsciente e elevando a auto estima, reforçando o alter ego, ofuscando a necessidade vital de dar e receber, respeitar e ser respeitado, e principalmente de amar e ser amado.
Quantas oportunidades de entendimento real e felicidade são jogadas fora, com pudores de apenas "SER" por inteiro, pelo medo de não chegar-se a um entendimento mútuo.
Será que precisamos mesmo de promessas, das incertezas das eternas ilusões e satisfações novas? É realmente importante a valorização e aceitação externa em detrimento da nossa própria?
Cria-se, muitas vezes, verdades, posições e situações empíricas pela necessidade de aceitação, esquecendo-se que todo castelo de areia acaba desabando.
Desnecessário tanto desgaste se cada um assumisse as próprias possibilidades e limitações, e entendesse que todos, indistintamente estão tentando equilibrar razão, emoção e sentimento no mesmo palco em que as representações sociais e emocionais acontecem, que é a vida.
Seria maravilhoso se conseguíssemos usar todo o enorme potencial de amor, verdade e fraternidade que habita nosso interior.
Nosso EU MAIOR vive a maior parte do tempo soterrado, muitas vezes pelos apelos do mundo capitalista que sugere que felicidade está em dinheiro, viagens automóveis, investimentos e corpos sarados.
E tentando inutilmente alcançar estes propósitos tão ilusórios seguindo essas setas vamos "atirando as pedras, dizendo as palavras, perdendo as ocasiões e deixando o tão precioso tempo presente passar"...